O novo procurador-geral do Estado de Minas Gerais, Paulo de Tarso Morais Filho, afirmou que seu principal objetivo a frente do Ministério Público (MP) será combater o crime organizado. A declaração foi feita nesta quarta-feira (15 de janeiro) em entrevista ao programa Café com Política, da FM O TEMPO 91,7 (vídeo ainda não disponibilizado).
Segundo o novo procurador, que foi eleito para ao biênio de 2025/2026, o MP deve investir em novas tecnologias e capacitação.
“O crime está cada vez mais organizado, e um pouco à frente das instituições do estado. Precisamos nos organizar. Não podemos ter estados paralelos. Quero entregar, ao final desse processo, ferramentas, propostas e uma organização mais robusta. Sem deixar de lado outras questões importantes, como meio ambiente, defesa do consumidor, combate à corrupção e defesa da propriedade pública”, declarou.
O procurador-geral ainda teceu críticas à chamada PEC da Segurança Pública, uma emenda à constituição proposta pelo governo federal que, entre outras coisas, prevê a ampliação dos poderes da Polícia Federal, para poder atuar nos estados, e constitucionaliza o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que atualmente é uma lei ordinária, além do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária.
“A Constituição Federal é sagrada para quem é do meio jurídico. Quando se quer colocar um tema na Constituição, é necessário ter cuidado, porque a partir do momento que se constitucionaliza um tema, mudar isso é muito difícil. Estão querendo tratar minúcias na Constituição, quando isso não deveria ocorrer. Estados e União deveriam dialogar mais em outra esfera, e não por meio da PEC da Segurança. Ela deveria apenas dar diretrizes”, argumentou Paulo de Tarso.
Paulo de Tarso também destacou que pretende buscar alternativas econômicas e investir em tecnologia para modernizar o trabalho do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “Queremos implementar novas tecnologias, como a inteligência artificial. Ela não vai substituir as pessoas, mas facilitará o trabalho, dando mais dinamismo e resposta às nossas demandas.”
O procurador-geral ressaltou que, mesmo com a presença do Ministério Público em todas as comarcas do estado, o número de profissionais é insuficiente para atender à grande extensão territorial de Minas. “O Ministério Público cumpre seu papel de forma muito satisfatória, fruto do esforço dos promotores e procuradores. No entanto, precisamos buscar ferramentas que otimizem nosso trabalho. Embora nossas forças de segurança precisem ser elogiadas, isso parece pouco.”
Natural de Entre Rios de Minas, Paulo de Tarso iniciou sua carreira no Ministério Público há cerca de 30 anos, atuando no interior de Minas Gerais antes de chegar a Belo Horizonte, onde está há duas décadas.
Ele destacou que sua eleição para o cargo de procurador-geral, mesmo sendo promotor de Justiça e não procurador, representa uma mudança importante no estado.
“Eu ser promotor foi um assunto que veio muito à tona pelo fato de ser uma novidade em Minas, mas não é novidade no país. Daqui para frente, isso será algo natural. O que mais importa é a capacidade de entregar uma boa gestão. Os integrantes do Ministério Público sempre buscam uma pessoa que entendam ter o equilíbrio necessário para conduzir esse órgão”, afirmou.
Fonte: O Tempo
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