Sou uma pessoa naturalmente positiva. Acredito que viver vendo o copo meio cheio, sempre em busca do lado bom, faz bem.
Mas, recentemente, me peguei pensando: Quando é que essa positividade vira tóxica?
Não sou fã do termo "positividade tóxica" — parece já começar depreciando o otimismo. Mas, pensando bem, percebo que sim, existe um ponto onde ela pode ser prejudicial.
Como tudo na vida, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.
A positividade ajuda a encarar as dificuldades, mas se levada ao extremo, ela pode se tornar uma forma de fuga, sabe?
No livro Positividade Tóxica, Whitney Goodman faz essa distinção, mostrando que o problema começa quando ignoramos completamente nossas emoções desconfortáveis, quase nos anestesiando.
O problema da positividade tóxica hoje é que ela ignora completamente o que nos incomoda, como se tristeza, medo ou raiva fossem fraquezas.
O "pense positivo!", “vai ficar tudo bem” virou uma resposta padrão que invalida nossos sentimentos. Às vezes não, não vai ficar tudo bem: você vai ser demitido, o relacionamento vai acabar, o parente vai morrer.
Emoções como tristeza e raiva são importantes — elas apontam o que está errado, onde precisamos ajustar e aprender e além de tudo, faz parte da experiência HUMANA.
É por conta desses sentimentos antagônicos à felicidade que podemos sentir a própria felicidade, percebe? Se não existisse o contraponto, a felicidade não existiria.
A verdadeira positividade não é um sorriso constante e forçado, é abraçar a complexidade da vida. Envolve reconhecer a dor quando ela existe e, aos poucos, encontrar uma forma de lidar com ela.
Aceitar o desconforto e validar nossas emoções é o que nos permite desenvolver resiliência e, paradoxalmente, a verdadeira positividade.
Por Gabi - Rising
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