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Região: número de queimadas triplica, prejudicando fornecimento de energia elétrica

Aumento exponencial foi registrado em julho

26/08/2024 às 11h57 Atualizada em 28/08/2024 às 18h18
Por: Redação Fonte: Cemig
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Fotos: divulgação CEMIG
Fotos: divulgação CEMIG

Com mais de 120 dias sem chuvas em boa parte de Minas Gerais, as queimadas estão se intensificando e prejudicando cada vez mais o fornecimento de energia elétrica no estado, além de causar danos à flora e fauna.

De acordo com levantamento da Cemig, apenas em julho, 159.505 unidades consumidoras tiveram o serviço interrompido pelas queimadas. Esse número é mais de três vezes superior ao de clientes interrompidos no primeiro semestre deste ano, quando os incêndios provocaram falta de energia para pouco mais de 45 mil consumidores.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em comparação ao período que compreende janeiro a julho de 2023, o número de ocorrências é quase quatro vezes maior em 2024:  se no ano passado a companhia registrou quase 55 mil unidades consumidoras interrompidas em 112 incidentes provocados por incêndios até o sétimo mês, neste ano o número já ultrapassa 205 mil clientes em 184 ocorrências no sistema elétrico da Cemig. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados mais de 16 mil focos de incêndios em Minas Gerais. O engenheiro de Sustentabilidade da Cemig, Demetrio Aguiar, explica como as queimadas prejudicam o sistema elétrico da companhia e causam interrupção no fornecimento de energia elétrica para os clientes.

“As chamas danificam equipamentos – como postes, cabos e torres – e tornam o restabelecimento do serviço mais demorado, o que pode trazer transtornos para os clientes das distribuidoras.

Além disso, o alto volume de fumaça pode trazer sérios danos à saúde, principalmente nesta época do ano em que doenças respiratórias são mais comuns.

As pessoas precisam se conscientizar dos impactos causados por suas ações, pensar de forma coletiva e evitar dar início a focos de incêndio que podem tomar grandes proporções e causar muitos estragos”, afirma.

Para piorar, normalmente as queimadas são feitas em locais de difícil acesso, o que torna complicado o trabalho das equipes de manutenção da companhia, dificultando o restabelecimento do serviço à população.

“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas.

Levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas, torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, explica Aguiar.

Nos últimos sete meses, na comparação com o ano anterior, a Região da Zona da Mata apresentou um grande crescimento no número de queimadas e de clientes interrompidos em razão desse tipo de ocorrência.

Em 2023, entre janeiro e julho, foram pouco mais de 3,3 mil consumidores afetados em seis ocorrências. Já em 2024, o número foi para mais de 72 mil clientes interrompidos em 24 ocorrências.   

Entre Rios de Minas

Devido às queimadas que estão ocorrendo na região de Entre Rios de Minas, a Cemig tem realizado intervenções para a troca de postes.

Durante essas intervenções, é necessário alterar a linha que atende os clientes, causando piques (liga/desliga) e sobrecargas, especialmente nos momentos de maior consumo, como o início da noite. Foi o que aconteceu na última sexta-feira, dia 23, onde foram registradas dezenas de piques.

Na cidade, uma Lei Municipal proíbe queimar lixos ou quaisquer materiais que possam incomodar moradores.

 

Experimento demonstra os perigos dos incêndios à rede elétrica

Para ressaltar os problemas causados pelas queimadas e buscar conscientizar a população do risco dessa prática, a Cemig realizou um experimento no Laboratório de Ensaios Elétricos de Alta Tensão (LEATEP), em sua base no Anel Rodoviário, em Belo Horizonte.

Em um ambiente controlado, especialistas da companhia simularam uma queimada sob uma linha de alta tensão, como explica o técnico do Sistema Elétrico da Cemig, Vitor Daniel Bento Lima.

“Na simulação feita no LEATEP, a tensão aplicada foi sendo gradativamente aumentada até o nível de tensão das linhas de transmissão, onde foi observado a formação de arcos elétricos, proveniente da ionização do ar motivada pelo fogo que aqueceu o meio externo.

Dessa forma, o sistema de proteção age e desliga a linha para evitar ainda problemas maiores”, explica.

Queimada é crime

Além de deixar hospitais, comércios e escolas sem energia, realizar queimadas pode ser considerado crime e dar cadeia. De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.

É proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais.

Sabendo da importância de unir esforços para combater as queimadas em todo o estado, a Cemig e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais estão juntos em uma campanha para conscientizar a população sobre o tema.

Em caso de incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados o mais rápido possível.

 

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