O congado, uma das principais manifestações culturais de Minas Gerais, está a um mês de ser considerado Patrimônio Imaterial do Estado, conforme previsão do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Em entrevista à Itatiaia durante a “Expo Turismo Goiás"*, o presidente do Iepha, João Paulo Martins, afirmou que o reconhecimento deve sair até o dia 10 de agosto, quando ocorrerá uma grade comemoração do feito.
“Os congados, através das suas festas, danças, músicas, instrumentos, representa muito bem Minas Gerais e influenciou, inclusive, na nossa música. Então esse registro vem para fazer jus àquilo que nos representa tão bem”, disse.
O dossiê, segundo o presidente, já está finalizado. Agora, o Instituto espera o processo de recomposição do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) que deve acontecer ainda neste mês. Uma reunião no início de agosto deve finalizar o processo de reconhecimento.
Com o congado sendo reconhecido como Patrimônio Imaterial do Estado, serão viabilizadas políticas públicas para esses grupos.
“A ideia de registros como esse é de acessar e entender melhor qual é a demanda de cada grupo, de cada região. Em alguns casos, pode ser algum tipo de fomento, em outros eles querem uma facilidade ou política de transporte, uniformes, oficina de instrumentos, todos esses aspectos materiais”, afirmou.
Outro aspecto importante quanto ao reconhecimento dos congados é evitar o preconceito, algo que eles são alvos frequentemente. “Muitos desses grupos são alvos de preconceito, intolerância e racismo religioso, então o registro também é uma ação nesse sentido de maior reconhecimento”, concluiu Martins.
Além dos congados, o Iepha espera, também, reconhecer o Queijo Minas como patrimônio imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Conforme explicou à Itatiaia o presidente do instituto, espera-se que esse reconhecimento seja proclamado na próxima reunião da Unesco, em dezembro deste ano, no Paraguai. O processo começou em 2022.
Será reconhecido não apenas o queijo, como também o seu modo de fazer. E, com esse reconhecimento, de acordo com João Paulo Martins, as regiões produtoras são valorizadas e podem atrair olhares de fora para Minas, como o turismo de experiências, por exemplo.
“O olhar para esses produtos e para essas regiões produtoras muda, a autoestima dos produtores, a valorização, o olhar também de políticas públicas pode mudar”, concluiu o presidente.
*A jornalista Maria Fernanda Ramos da Rede Itatiaia viajou a convite da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais
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